Sinopse
O presente livro parte da constatação de que hoje passamos por um período de mudanças no jornalismo, no que diz respeito à sua estética, à sua técnica e ao seu modus operandi. Dentre as alterações mais visíveis e impactantes, está o uso crescente de imagens provindas de câmaras amadoras que hoje estão em todos os lugares: as chamadas máquinas de visibilidade, que garantem um registro visual imediato de todo o tipo de acontecimento. A partir disto, este livro pretende discutir as razões pelas quais estas câmaras se tornam irrecusáveis aos veículos de jornalismo televisivo, bem como propor uma categorização às imagens que elas geram. O que observamos é que a proliferação destas máquinas nas narrativas jornalísticas é sintoma de vários fenômenos sociais: dentre eles, o processo de aquisição de domínio das linguagens midiáticas por parte dos espectadores, o desejo coletivo por tudo aquilo que provém do real e a erosão das barreiras entre a vida pública e a vida privada.